27 de junho de 2010

leu o livro inteiro em duas semanas. marcou com uma estrela pequenina, no alto direito da página, seus contos e textos favoritos. muitos anos mais tarde, encontrei o livro na estante de nossa vida juntos. folheei-o e vi suas estrelinhas. olhei-a, dormia encolhida na cama e, por um segundo, pude vê-la, aos vinte e poucos anos, a ler vorazmente o livro, marcando suas páginas favoritas. peguei uma caneta, desenhei em seu ombro uma estrelinha. acordou, olhou-me com olhos de vinte anos e eu disse: você é minha favorita.

21 de junho de 2010

algum povoado de lorraine. o quê, trezentos habitantes? você se lembra do vilarejo que falou demais, quando duas estrangeiras chegaram?

e comemos milho cru, e mascamos trigo, e chupamos balas de violeta, e provamos todos os queijos que se podem provar, e aramos a terra, e fizemos a colheita, e percorremos as estradas de bicicleta, e malabarimos, e fizemos artesanato, e encontramos turcos, e postamos cartas, e sambamos. fizemos caipirinha e xiboquinha, brigadeiro e beijinho. falamos francês, alemão, português, tudo ao mesmo tempo, e nos compreenderam. choramos na partida.

ai, gosto tanto dessas lembranças. são tesouros guardados a milhares de chaves.
minha mente borbulha, repleta de ideias, incompletas, suspensas, como se à espera do instante em que receberão permissão para enfim tomarem forma e se apresentarem diante de mim. (suspiro) há tanta coisa além de mim. além do que vejo, sinto e penso. há tanto ainda por fazer.
desafio cotidiano: ser mais real, mais honesta, mais humana, mais amor.

10 de junho de 2010

no dia em que soube que Girassol havia morrido, meu dia escureceu, porque eu a amei sem ao menos um dia conhecê-la. por noites, roguei a Deus que consolasse Sol, para que ela jamais deixasse de brilhar, mesmo não havendo mais Girassol.